Saturday, January 21, 2012

Sombras

Músculos já não mais os são
Nem tenros nem rijos...
O frescor da carne passível
se desfaz em gestos:
escusos, obtusos, ciganos.
A musicalidade do teu corpo,
uma quimera para os meus sentidos.
Curva, linha, vertigem ou miração.
A desintegração da matéria
numa inebriante febril abstração
Onde a alma do corpo persegue, errante,
O ir e o devir de sentimentos,
Numa deliciosa reação temporal em cadeia.
Quem és tu?
O que foste e o que o momento agora congela?
Já não és mais a que emolduro ou enquadro.
Corres, passas, me conheces e antecipas?
Só sei que me embriagas, o tempo em que ainda não és pó
E me habitas.

1 comment:

Arouche said...
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