Monday, August 08, 2011

poemar


Vou despir-me um véu por vez

e assim me cobrirei com o manto negro dos teus olhos

que arrefece minhas sombras e alenta meu peito

No aninhar dos mais silvestres ruídos:

brancos de luz, brancos de névoa.

Meus sentidos todos convergem em ti quando

não há mais sentidos.

Eis que um enguiço penetrante vampiriza meu ser em silêncio,

e me rasga na mais vazia das mortes.

Longe da matéria e só assim verás meu nome.

Contemplo-te agora em pensamentos nus sobrehumanos,

Vendo através de ti me fundo e somos:

o courisco, ou o pó estelar da pequena morte.


Para L.T.