28/04/05 - 14/05/05
Vivo num gueto de lâmpadas fracas.
Meus irmãos de festa
Meus colegas de trabalho
Meus amigos mal escolhidos as
Mastigaram.
Desse lugar que não é porto
Nem telhado de pouso ou ternura
Não me vejo de todos os lados
E meus lábios nunca dormem.
Os banheiros estão grafados
De uma peculiar literatura
acompanhada de nomes fictícios,
telefone e endereço eletrônico:
“Enterro a opressão em andanças libidinosas
Visto-me para me equilibrar em mastros,
desteço calças claras e, ao estendê-las,
lástimas e bandeiras”.
“Bordo cabeças no desalinho de meus dedos
que clamam outros e um punhado de bocas
para cobrir esse nervo que me pesa,
me assombra e me alarga.
“Desça o leite desses ventos,
depois da dança pélvica,
depois da embriaguez,
me negando a eternidade."
Cada laço aqui é fruto do destrato
E cada gole um pergaminho
De dores das mais requintadas.
Noites há em que as luzes
se amortecem ainda mais.
É quando intrusos lá do mundo
vêm perturbar nosso desassossego.
2 comments:
Esses versos são fruto de conversas nossas e de momentos vividos, compartilhados ou não, porém bastante comuns a certos entes de nossa 'fauna'.
Régis, se vc desistir eu desisto...
Nossas conversas tem sido mesmo uma fonte de inspiração... já estão saindo outras sobre os emaranhados amorosos em que vivemos metidos, quase sempre na condição de espectadores passivos ou participantes inconscientes...
Naum consigo desistir... isso é uma doença...
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